Por Waldyr Costa
Indian Motorcycle Company
A Indian é uma marca norteamericana de motocicletas que iniciou suas atividades em 1901, com o nome Hendee Manufacturing Company, na cidade de Springfield, no estado de Massachusetts. Somente em 1928 passou a se chamar Indian Motorcycle Manufacturing Company. É a marca mais antiga das Américas ainda em atividade, embora tenha passado por um período obscuro na segunda metade do século XX. A Indian, junto com a Victory e a Harley-Davidson, construiram a tradição motociclística dos EUA na primeira metade do século vinte com seus motores V2.
Imagens das Indians antigas publicadas pela Wikipedia/Wikimedia, com os autores indicados em cada imagem.
Imagens das novas Indian são de divulgação.
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A Indian Scout 2015 leva o presente de volta ao passado. Um dos melhores designs da categoria. |
Indian Motorcycle Company
A Indian é uma marca norteamericana de motocicletas que iniciou suas atividades em 1901, com o nome Hendee Manufacturing Company, na cidade de Springfield, no estado de Massachusetts. Somente em 1928 passou a se chamar Indian Motorcycle Manufacturing Company. É a marca mais antiga das Américas ainda em atividade, embora tenha passado por um período obscuro na segunda metade do século XX. A Indian, junto com a Victory e a Harley-Davidson, construiram a tradição motociclística dos EUA na primeira metade do século vinte com seus motores V2.
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Indian Scout G-20 1920. Foto de Pierro em Wikimedia. |
Os primeiros sucessos da Indian se deram na Ilha de Man, Inglaterra, em 1911, quando ficou com os três primeiros lugares do Isle Of Man Tourist Trophy. Durante a década de 1910 a Indian foi o maior fabricante de motos do mundo. Nas décadas de 1920, 30 e 40, os modelos Scout e Chief eram os carros-chefe, ou melhor, as motos-chefe da marca. Em 1953 a empresa abriu falência, sendo adquirida sucessivas vezes por diversas empresas de várias áreas econômicas, que mal mantiveram a marca ativa.
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A Indian Chief, à esquerda, relançada em 2012, e a Scout 2015 à direita. Este visual nos leva direto aos anos 40. |
O Renascimento
A Polaris, uma das maiores empresas da área de snowmobiles (motos para neve), ATV (quadriciclos) e mini carros (para golf, condomínios e urbanos), adquiriu a marca em 2011, para juntá-la à outra tradicionalíssima marca também do Grupo Polaris, a Victory - falaremos dela em outra oportunidade. A primeira providência da Polaris foi reconstruir o nome Indian, produzindo os modelos mais tradicionais e os recolocando no mercado atualizados. A Indian voltou com uma forte campanha comercial em 2012 e uma estratégia ousada de participação em todos os eventos quanto possíveis, com o Indian Motorcycle Demo Experience (algo como um test-drive intinerante), com a Chief em várias versões e mais recentemente com a Scout neste mês de agosto, em Sturgis - Dakota do Sul - EUA, da qual falaremos neste post.
SCOUT
A Scout foi o primeiro grande sucesso da Indian, portanto é o modelo mais tradicional da marca. O projeto todo foi desenvolvido por Charles Bayly Franklin, que além de engenheiro, era também piloto, e dos bons, pois ele fazia parte da equipe que venceu o TT da Ilha de Man em 1911. Ela foi lançada em outubro de 1919 como modelo Scout G-20 (1920) com motor V2 de 606cc. Em 1927 o motor aumentou para 745cc. Em 1928 foi a vez do freio dianteiro, é isso mesmo, antigamente as motos só tinham freio atrás. Durante a Segunda Guerra Mundial as Forças Aliadas e os EUA utilizaram versões da Scout de baixa e média cilindrada.
Uma das motos que Burt Munro bateu recorde mundial de velocidade, sem carenagem do lado esquerdo. Foto de Daniel O'Neal em Wikimedia. |
Nos anos 60, Burt Munro quebrou três recordes mundiais de velocidade com uma Indian Scout modificada na planície (lago seco) de sal em Boneville. O mais significante foi ter obtido 288km/h para motos abaixo de 54 polegadas cúbicas (883cc) em 20/08/1962, um valor que só foi superado pelas motos de 1.000cc em 26/08/1967 pelo mesmo Burt com outra Scout. Seus feitos podem ser vistos no filme “The World’s Fastest Indian (em português o título mudou para “Desafiando os Limites”) de 2005, com Anthony Hopkins interpretando Burt Munro.
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Em agosto de 2014 renasceu a Scout, como modelo 2015, quase um século depois de sua primeira criação em 1919. |
Indian Scout 2015
Bom, vamos deixar a história de lado e voltar à atualidade. Atualmente a Scout é o “novo” lançamento da Indian para 2015, que segue a bem sucedida série dos modelos Chief entre 2012 e 2014. A Scout 2015 é uma projeto completamente novo, que preza muito pela beleza. Pesando pouco mais de 250kg totalmente abastecida, a mais leve custom da sua categoria, a Scout 2015 é uma releitura do clássico modelo de 1920 com a modernidade tecnológica do século XXI, preservando o espírito de inovação para a geração atual, de uma das motos mais faladas de todos os tempos.
Trazendo um inovador e leve quadro de alumínio, uma raridade nas custom, que permitem uma altura de assento abaixo de 64cm do solo, otimizando o conforto, o equilíbrio e a manobrabilidade, sendo uma moto acessível a pilotos de qualquer estatura e nível de experiência. O motor V2 de 1.130cc, tem potência máxima de 100cv, e oferece emoção suficiente para divertir qualquer um que se atreva a extrair um pouco mais dessa máquina.
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A qualidade está em cada peça da nova Scout. |
Trazendo um inovador e leve quadro de alumínio, uma raridade nas custom, que permitem uma altura de assento abaixo de 64cm do solo, otimizando o conforto, o equilíbrio e a manobrabilidade, sendo uma moto acessível a pilotos de qualquer estatura e nível de experiência. O motor V2 de 1.130cc, tem potência máxima de 100cv, e oferece emoção suficiente para divertir qualquer um que se atreva a extrair um pouco mais dessa máquina.
Essa é a primeira realmente nova Scout nos últimos 70 anos e é o retorno de um mito que está escrito nos anais da história motociclística da primeira metade do século passado, incluindo a Segunda Guerra Mundial.
A recriação deste modelo exigiu uma profunda pesquisa e envolvimento dos projetistas e engenheiros da Polaris para manter as características e sensações dos modelos originais, sem se absterem da tecnologia atual, resultando numa experiência de pilotagem que remete à qualidade, versatilidade e imediata identificação que esta nova Scout consegue passar ao piloto.
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O esforço da Polaris com as Indian merece elogio pelos resultados obtidos tanto em design quanto em engenharia. |
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Cuidada nos mínimos detalhes para ser nostálgica. O painel é uma obra em sintonia com o início do século XX. |
O projeto desta moto partiu do zero, com o objetivo de obter uma moto com excelente equilíbrio, conforto e controle, oferecendo uma condição de pilotagem que agrade tanto aos mais experientes quanto aos novatos. O visual clássico remete à Scout do século passado, com ênfase no desenho do motor e ao par de amortecedores traseiros inclinados.
O assento fica a 635 mm do solo, a distância entre-eixos é de 1.562 mm, o ângulo de inclinação lateral chega a 31º e o baixo centro de gravidade facilitam o controle da moto tanto em alta quanto em baixa velocidade. E pra destacar ainda mais a beleza da moto, está o banco feito de legítimo couro de alta qualidade.
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A vontade é de sentar ali e sair mundo afora testando esta máquina. |
O assento fica a 635 mm do solo, a distância entre-eixos é de 1.562 mm, o ângulo de inclinação lateral chega a 31º e o baixo centro de gravidade facilitam o controle da moto tanto em alta quanto em baixa velocidade. E pra destacar ainda mais a beleza da moto, está o banco feito de legítimo couro de alta qualidade.
O motor se destaca tanto pelo belo desenho, quanto pela uniformidade de entrega de força e potência. Utiliza sistema de refrigeração líquida - o primeiro em uma Indian -, que foi trabalhado para otimizar a durabilidade e consequentemente a confiabilidade do motor. As modernidades continuam com acelerador eletrônico - drive-by-wire - injeção eletrônica multiponto e câmbio de 6 velocidades. O torque máximo de quase 10 kgfm chega a um alto regime - para uma custom - de 5.900 rpm, enfatizando a característica esportiva do propulsor.
Especificações:
Motor V2 de 1.130cc com refrigeração líquida
Potência máxima 100cv @ (rpm não informado)
Torque máximo 9.96kgfm @ 5.900rpm
Injeção eletrônica de circuito fechado
Corpo de aceleração de 60mm
Curso da suspensão dianteira: 120mm
Curso da suspensão traseira: 76mm
Freio dianteiro com disco de 298mm e pinça de dois pistões
Freio traseiro com disco de 298mm e pinça de um pistão
Roda dianteira 16"x 3.5" com pneu 130/90-16 72H
Roda traseira 16"x 5" com pneu 150/80-16 71H
Escape duplo lateral com crossover
Tanque de combustível para 12,5 litros
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Dimensões em polegadas. Imagem de http://www.indianmotorcycle.com/ |
Altura livre do solo: 135mm
Largura total: 880mm
Altura total: 1.207mm
Comprimento total: 2.311mm
Rake/trail: 29º / 119,9mm
Altura do assento: 635mm
Entre-eixos: 1562mm
Ângulo máximo de inclinação: 31º
Peso em ordem de marcha: 253kg
Peso total admissível (tara): 449kg
Mais fotos da Scout 2015.
Mais fotos da Scout 2015.
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Mulheres, homens, jovens e coroas. Todos ficarão à vontade na Scout. |
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O trio de cores disponíveis. |
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A imensa Indian Chief à direita, fazendo companhia à Scout, que parece até pequena junto da Chief. |
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A qualidade é visível em cada detalhe. |
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A moto é limpa, lisa, simples e fluida. |
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É um convite a passeios tranquilos, assim como na foto. |
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O símbolo da marca, o "I" clássico está em relevo no cabeçote. |
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Não há como não notar sua presença. |
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O novo e o velho, quase cem anos entre eles. |
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Detalhe da logomarca também na tampa da chave do tanque de combustível. |
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Ela combina com qualquer paisagem que você imaginar. |
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A marca e o nome do modelo, na tampa lateral a inscrição 1200, que na verdade é 1.130cc. |
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Os pneus volumosos se encarregam do conforto e de passar robustez à imagem da moto. |
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A obra de arte em preto fosco, banco em couro natural envelhecido e os cromados inspiram aconchego e prazer. |
Após dois anos do lançamento, já existe uma análise da relação custoxbenefício da Indian comparada a outras de mesmo porte? Por exemplo quanto ao custo de manutenção, disponibilidade de peças e rede de atendimento no Brasil.
ResponderExcluirOlá Paulo. Este é o tipo de moto que o custo-benefício é muito relativo. É uma moto especial, assim como é uma MV Agusta, uma Ducati etc. Tudo é menos acessível do que numa moto, do mesmo porte, mais "popular" no mercado, quando você encontra até algumas peças alternativas às originais. Você precisa querer uma moto diferenciada e saber que vai pagar por isso, tanto em aquisição como em manutenção e revenda. O que você espera de uma moto dessas? Se você tem o perfil de ficar trocando de moto com mais frequência, talvez não seja uma boa opção em termos financeiros. Mas se você curte, gosta mesmo do estilo e quer usufruir de uma especialidade, ela é bastante válida. Se pergunte o que você realmente quer e vai saber a resposta. Toda exclusividade tem seu preço. Boa sorte e pilote consciente.
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